Em reunião na sua sede no último sábado (9), a Fabusforma fez uma exposição aos condutores escolares dos itens que estão sendo discutidos nas reuniões da ABNT que visam criar o veículo escolar padronizado.
Como integrante do grupo de discussão que está se reunindo mensalmente para discutir e criar a norma que implementará o novo veículo, a Fabusforma buscou mostrar aos condutores escolares o que mudará nos veículos escolares após a padronização.
Segundo a empresa, o governo e as grandes fabricantes de veículos buscam a implantação de um veículo escolar com acessibilidade através de rampa elevatória e capacidade de apenas 13 lugares, além de especificações obrigatórias como largura, altura e saída de emergência, entre outros.
Isso assusta ainda mais os condutores escolares, pois se antes a preocupação era apenas com o preço do novo modelo, entre 150 a 200 mil reais, há portanto pontos muito piores a serem considerados.
Caso ocorra a implantação de um modelo padronizado que possua acessibilidade e apenas 13 lugares, isso causará o colapso na atividade de transporte escolar.
O que se percebe é que, sob a justificativa da inclusão social, busca se implantar um veículo que não terá condições de sustentabilidade, vez que o valor cobrado em uma mensalidade para um veículo com esta capacidade irá impedir que muitos pais continuem utilizando o serviço de transporte escolar.
Além disso, segundo os novos critérios técnicos em relação à largura e altura do veículo, especialmente quanto à altura, somente as vans teto alto se enquadram dentro do limite mínimo de altura exigido.
Assim, em vigorando a nova especificação, estariam automaticamente fora todas as vans de teto baixo, entre elas as vans Ducato, Jumper, kombi e outras.
Há uma preocupação imensa na categoria de transporte escolar nos rumos que esta padronização poderá trazer, e esta preocupação não só é do motorista, mas também de empresas que trabalham neste setor, como empresas de adaptação e transformação, oficinas e serviços.
A Fabusforma deixou à disposição dos condutores escolares o seu espaço para novas reuniões, bem como seu departamento jurídico para esclarecimento de dúvidas.
Os condutores escolares concluíram que, além destes esclarecimentos, é necessária uma mobilização junto às Associações, Cooperativas e Sindicatos de transporte escolar, visando organizar-se para buscar a suspensão da implantação da padronização.
Estavam presentes na reunião vários representantes dos condutores escolares de várias Associações e Cooperativas, tanto da Capital quanto de cidades vizinhas, como Ferraz, Taboão, Osasco, Barueri e Guarulhos, e até mesmo do litoral paulista.
Também estavam presentes representantes de Sindicatos de transporte escolar de cidades vizinhas. Não estava presente o Sindicato da capital.
Durante a reunião, não só a Fabusforma expôs sua concepção acerca da padronização, como também foi aberta a palavra a todos os representantes presentes, que também expuseram sua opinião.
No final, criou-se um grupo de trabalho para viabilizar a discussão, elaboração e assinatura em conjunto pelas entidades de transporte escolar de um processo judicial que pede a suspensão da padronização na forma que vem sendo elaborada.
Por Antonio Félix